.
. Das vezes que teus olhos caíram,
e eu os segurei com os meus: diziam
te tortures nunca mais
Teus ocasos feridos...
Achar-te na sala sob a lâmpada fraca
O preto desbotado a verter dos teus mirantes:
eu quis que a lógica fosse ontológica
e a tua tristeza a mais pura das contradições
Eu escorria por dentro, junto a ti
com as mãos perdidas, eu perdia
Até o meu esforço teu cansaço chamar-se ajuda,
sabendo ter com o silêncio a última chance
Depois da chuva, teu sorriso de volta, cúmplice do meu
Éramos um caminhão de garrafas tombado na rua
Sentados naquela ciranda de cacos
aprendi a amar, ensinando-te a rir
Outras tantas desaprendendo a morrer de frio
Porque teus trejeitos... Teu azul,
a dispersar do poente o vermelho negro...
Porque as pontas dos teus dedos sabiam tudo
Sonhando-me em teu colo, mil vezes no futuro
As estrelas-do-mar choravam em nossos tapetes
Frágeis como uma cordilheira de corais,
Já sabíamos o bastante: Depois de dar as mãos
.
Um comentário:
nossa, esse poema é lindo! vou reler várias vezes e divulgar. é engraçado encontrar poemas que nos revelam tanto. um forte abraço e bom feriado aí!
Postar um comentário