sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bardos

.
.
no mais das vezes um olhar repleto,
aquele Velho soubera eriçar os dias
literando amores nos baixos continentes,
sobre o largo suspiro da terra: do aterrador gemido
da pele

tão raso e repetido gesto, tão hosnesto e temível:
surrar o opróbrio de desdizer o dito...
de rejeitar em nossos átomos seus lábios elétricos,
o açucar nefasto de noites despidas em vapor e sal

soubera importunar o hábito, aliciar a carne,
o tecido obscuro, o cretino Não do interdito
ele havia reescrito em falhas microscópicas,
em discretas maquinações e sentenças de morte,
o colapso do parco coração dos homens

suas retas minúsculas cobiçaram erros astronômicos,
seus ângulos flertaram espirais

da geografia feminina do corpo,
ele extraíra o compêndio eterno da imoralidade:
mais pornográfico e menos anárquico que qualquer
obscenidade sugerirá: ele formulava seus gozos

o gênio da indecência via Atena perturbada,
entre a Ordem, a Ilha e a Guerra,
ele anunciara o desejo do armistício flagrado
entre as pernas dos bípedes intelectuais

ele diria adeus ao próprio nome,
com peso...
com a candura das mãos de uma cabeleireira
com o néctar de todas as páginas sofridas,
ele retornaria abrasivo no dorso de um mistério
.
.

Nenhum comentário: