segunda-feira, 21 de março de 2011

Onde estão as roupas

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não coube nos termos -...
e de pouco se foram os ângulos, um por um
se foram os anjos, as doces alamedas, o gás
como as maçãs também se foram das mesas
como as crianças cresceram,
e as delícias salgaram...

os cães cessaram de buscar o rabo, 
os postes desacenderam, e a lua caiu
só o cozimento do tempo ficou:

no remanso do gesto que perfazia
através dos dedos uma calma inadequada

não sobraram perguntas, nem horas marcadas
os rebuços caíram das caras,
e asas lisas dos olhos decolaram

deitaram-se aquelas coisas na rocha aquecida
diante do mar... as ondas se foram
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2 comentários:

Rodrigo Ricordi disse...

que coisa bonita, dani..

Anônimo disse...

É triste, emocionante... e lindo! Me despertou uma reflexão a respeito do que se quer mesmo da vida.

Abraço!

Fellipe.