quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

o Nome















A vida é só um nome.
Uma ranhura que apaga.
A vida é breve: FPK
A caixa de descarga de um bar vencido.

A vida foi um nome
que arrodeava a tua volta.
Era uma volta e mais uma volta
a enrolar o teu cabelo liso.
A vida embaraçava teu riso, tudo.

A vida se despiu num lusco-fusco,
depois enterrou-se
num balde de concreto.
Era um riso e mais um riso no meio de outro riso
a desenrolar o teu lado escuro.

Tem nome pra dizer tanto adeus,
tem riso que dê tantas voltas?
Tem riso pra tantas revoltas?
Tem ainda? Nessa vida escura:
FPK

Tem um rosto desenhado num rosto:
pobre sobreposto que desdenha, só
Tem uma caixa, numa casa vazia,
num mundo concreto, num...
Que não é meu, nem foi.
E que todo mundo diz e arranha.

Quem sabe o nome, quem sabe o que diz,
quem sabe é breve?
Não volta. Não revolta.
Não pergunta se está na hora
E se apaga


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