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.se eu for teu barco em alto-mar
se eu for teu bálsamo e teu embalsamar
se for de quebrar e apagar-se,
se for de arder e de fitar, é
se eu for chama e cristal
e se eu for um arcano completo,
uma palhoça e mil e duzentas velas,
se for um palhaço e um copo d'água, só
e se esse copo transbordar
se eu for um corte e nada estanque
se eu trouxer ranhuras, sei... teus olhos pra curar
se eu correr como sangue, ligeiro em ti
se eu dormir na tua areia movediça,
e tiver jeito com a lua-nova,
e ficar calado ao lado, luzindo
se eu colar a preguiça na pressa
se às vezes eu enjeitar a sorte,
se eu for um pouco de paz, de pureza
e outro pouco um teorema de morte...
se eu for bobo e te deixar feliz,
se a tevê desligar de repente e a gente morrer de rir...
se tudo fizer sentido, é de vir
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