quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Beau de l'Air, la Cruauté plus pure

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Agora, Plenitude, que fazeis de mim ébria?
Se os vermes ao derredor provam repulsa,
Surpresos da amargura  jazendo expulsa,
No doce, que dos Amantes vos tornais régia

Ó, Gigante, nestes cimos trazeis o Deleite,
Em vosso andaime, altíssimo, eis-me silêncio,
Que do negrume à aurora aditou um decênio,
Fazeis joia e sabor, da Dor o mor e largo Enfeite

Da voz, que embargo!, ó Graça, se pudésseis,
O punho dourado e pródigo que dizima os débeis,
Admirardes, profanada, com olhos de nós mortais

De vossos pulmões, o Ar solene, quereria trégua e mais, 
Saberíeis serdes feito anões, como agora a Vós enganam
Trazendo-vos pelas mãos... ao véu do que mais Amam!
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