quarta-feira, 10 de novembro de 2010

o mais simples é a flor do que se não diz

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ver as coisas todas livres
aceitar do tempo a passagem

aceitá-la com graça, sem rancor
- como um presente, um carinho -
aceitar a vida

(as cinco linhas mais difíceis)

a noite fria ainda responde, calada
e meu coração quente se agrada e cresce
quando a nuvem esconde a luz morta da estrela
e logo o cinza se esvai,
deixando a luz novamente viva,
daquele brilho mágico e raro,
o meu peito aprendiz e tolo... sossegar

a solidão mais completa, a melhor solidão
é a do amante completamente apaixonado,
que pode acariciar até o espinho mais doído:
que tudo passa, que tudo finda,
que o amor fere e namora a vida

e porque te amo com a cegueira dessa vida
o pior dos deuses já pode rasgar meus olhos...
eu te enxergaria, te encontraria
por muito, muito tempo...
no tempo dessas luzes que não morrem -
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