sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Boa noite!

Procurei a mesa do bar, nem mesa nos deixaram.
Mas havia a lua, e a mais cintilante quadratura da esfera:

Um amigo - aquele que dobrou o mar de hipóteses com a força dos amores impossíveis - perscrutava a vida em cada esquina dos meus apelos e celebrava cada cem de sete dos nosso erros.

Em cada palavra, cada lembrança e lapso,
Cada confissão onde eu demonstrava
Por A mais B, apesar do estrago, torto cálculo... que não era delírio, era dádiva.

Valia a pena a dúvida, o lamento, o declínio, o recomeço dos tempos, as parábolas e voltas da terra ao redor do Sol,
As ameaças do antropoceno, o gelo,
Anestesias, o terror, os romances médios, os poemas pequenos, avisos, amavios!

Nada disso. Era ele quem demonstrava com a certeza de quem já ruiu e manteve
a voz, o ritmo, a bruma das noites em plena rua e no último minuto, lançara as cordas do futuro.

Eu espalhei decadente tempestade. Ele devolveu um tango dos guarda-chuvas. 

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