quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Bom dia!

Desci as escadas já moído para o café
O coração feito manteiga derretida
Na mesa, a cesta de toalha xadrez
E com ela o pão que o diabo amassou,
Uma xícara rachada e duas colheres de dó

Não faltou a porção generosa de mel amargurado
E o arco de uma maçã envenenada.
O café? Passado!

Pela janela, a doce repugnância do dia:
A grama estava seca, a cerca derrubada
Um pneu furado e uma pomba abatida.

Manchei a camisa branca de rancor.
Mordi a língua. Não esqueci de pisar
O rabo do cachorro. Sentei no chão
Daquela cozinha de lástima profunda.
Claro, uma felpa acertou-me a bunda.

Senhor, socorro. Era só um café e ponto. 



Nenhum comentário: