sexta-feira, 30 de abril de 2010

Depois de um Soneto De Vinícius

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Amor que amei e nem sequer amei ainda
Serena e tranquilamente
Amor da dor sempre bem-vinda
Senão de um amar faminto e desesperadamente

A chamar-te e esperar-te
Sem remédio, nem tédio, somente o risco
Da paixão ainda bruta no coração de um mártir
Precipitar-se nos braços do teu precipício

Da noite agora de vez ancorada na saudade
Fazer do teu corpo o porto da maldade
Tamanho o clarão que em mim nem sonha

De tão perto agora partir distante
Com medo de perder da vida o bastante
E esquecer do gozo a tua face risonha

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