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você é feita de veludo
é quase tudo
que diz carinho mudo ao tocar sem espinhos
tua meia furada faz rir meu dia
de repente
você é pra sempre
e se tenho que doer, que seja a dor de dois
à dois,
a dor do parto e da partida
cujo o rebento sujo, todo, de doer sangrento
dá vida àquela vida que se achou perdida
vivemos de um amor eterno
e eternamente carnais sabemos ser
fraternos
não nos amamos assim, unicamente
é assim que amamos a vida,
não de outro jeito, de qualquer jeito que seja
senão selvagemente
amamos demais
e demais somos sem escolha
do passado, saudade
do amanhã, sinais...
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Um comentário:
eu sempre me perguntava "vive-se de amor eterno? mesmo nesse tempo pós-moderno?". e não é que se vive...
bonito.
beijo.
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