quinta-feira, 22 de julho de 2010

farpas de algodão

o tédio encara o mais forte amor
com tal mansidão e desdém que culmina -
arrasa suas tendas de pedra
como se fossem papéis encharcados

as mãos quentes pareciam felizes,
risos não soluçavam vazios
e o tênue pântano que agora berço descansa
não desenhava em tuas rugas
a cova larga de minhas lembranças

que minutos nos abandonam ao fim,
qual o verbo daninho que
crispa o ar deleite das noites
que diz o risco que corre o desenho das gotas

detrás de muros cerrados que me gracejam
posso ouvir rumores de festas infâncias
ou frestas em campos de guerra... não sei
são trompetes e gaitas que ouriçam dores

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