.
. Penso em meus avós, não sanguíneos, aqueles ancestrais
semi-humanos, semianimais, quando se vestiam de peles
como terá sido, no mais despretensioso instante, não se sabe
[como
se um tropeço, ou fruta despencada na fronte, ou bicho
[desajeitado
o corpo contraiu-se em riso, os músculos desfaleceram
[abertos
de um jeito novo, um novo ser aprendia a rir, sabiam-se
alegres, e talvez mais sábios, mais completos e amenos
Tão distante esse tempo, e tão próximo agora, virgem
tempo que pode dar voltas, alçar voo e retornar
Voltar no primeiro riso infantil, todas as vezes, disso sabemos
Mas imagino a primeira vez de todas elas, primordial
E tenho o sentimento de que breve e passageiro existe algo
[perfeito
Sobre a terra desses gigantes, um desvio supremo, um vício
[eterno
Nenhum comentário:
Postar um comentário